Fala-barato

Fala-barato
This is not a parrot

sábado, 12 de janeiro de 2013

Que diabo!!!!

Diz José Rodrigues dos Santos no seu último romance, "A Mão do Diabo" na nota final (pág. 585):

"(...)Contudo, o último segmento do romance, aquele em que se conhece o teor do DVD, apresenta-nos informação que não é necessariamente pública. Mas é, no seu espírito, verdadeira, embora devidamente mascarada pelas roupagens da "ficção". Trata-se de informação que me foi fornecida ao longo do tempo, mas que para os efeitos deste livro, não passa de informação "ficcional". Este livro é um romance, isso é "ficção"(...)"

Na mesma nota, encerra a obra com a seguinte frase (pág. 589):

"Já agora, quando lá atrás disse que o conteúdo do DVD revelado no final do romance era "ficção", espero, amigo leitor, que tenha estado atento e reparado na forma como escrevi a palavra "ficção".
Entre aspas, claro."

Resumidamente e para quem não o leu, este livro relata as aventuras de um Professor de História português, Tomás de Noronha, que se vê envolvido numa aventura relacionada com uma hipotética investigação criminal por parte do Tribunal Penal Internacional aos presumíveis responsáveis da actual crise financeira mundial.
A trama gira à volta de um DVD desaparecido com informações comprometedoras sobre as causas e os causadores da crise na Europa, DVD este que, quando é divulgado, relata diversas conversas entre governantes europeus e portugueses.

Ora segundo José Rodrigues dos Santos, estas supostas conversas são "ficção"...mas entre aspas.
Deixa assim evidente, que na realidade estas conversas existiram e que lhe foram transmitidas "off-record".

Sendo ele jornalistas, não deveria ter investigado a fundo esta informação? Não deveria ter denunciado os intervenientes? Não deveria ter ido imediatamente à Procuradoria Geral da República indicar quem lhe transmitiu estas informações?

Não. José Rodrigues dos Santos preferiu guardar esta informação para utilizá-la no seu romance...

É este o jornalismo que se quer em Portugal?








terça-feira, 13 de novembro de 2012

A Grande Decepção...

A visita da Chanceler Ângela Merkel foi uma das maiores decepções da esquerda portuguesa desde a estrondosa derrota do Bloco de Esquerda nas últimas eleições legislativas.

A esquerda que salivava por ver o povo na rua a partir a cidade num clima de motim generalizado à semelhança do que aconteceu na Grécia há umas semanas atrás, engoliu em seco quando percebeu que na rua tinha a meia dúzia de arruaceiros do costume, cujo grande momento de tensão foi quando chegaram a Belém e pontapearam as barreiras de protecção que a Policia tinha ali colocado para delimitar o espaço. Uau!!!

"Cadé" os milhões de portugueses de que a esquerda teima em ser dona e protectora como se nos actos eleitorais tivessem merecido da totalidade dos eleitores a sua confiança e o seu voto? Estavam a trabalhar não é?
Para a próxima temos de dizer à Ângela para vir a um Sábado - sim porque ao Domingo a esquerda também gosta de descansar - para ver se se compõe a imagem.

Claro que depois de vermos as declarações dos dirigentes da esquerda - e já não falo no espectáculo deprimente de ver o PS a falar em subserviência do PM perante a Chanceler Alemã (caramba a memória desta gente é mesmo curta) - continuaram a falar em nome de todos os portugueses dizendo que os protestos de ontem foram a manifestação clara de que o País estava farto da Angela e da Troika.
Incluo nestes protestos o grandioso cerco à casa do Primeiro-Ministro em Massamá, mais uma vez largamente publicitado nas redes sociais, que contou com a presença de cerca de zero manifestantes. É que nem os organizadores apareceram!!!
O que vale é que o discurso é sempre o mesmo estejam 1 milhão de pessoas no protesto ou 1.

Não se pode por isso pensar que os portugueses pensem pela sua cabeça e percebam que o estado a que chegou o Estado não é culpa da Angela Merkel mas sim dos sucessivos erros governativos dos últimos 16 anos.
Se quiserem posso alargar aos dois últimos mandatos de maioria absoluta do PSD, mas infelizmente os números da divida pública falam por si e por muito que se tente escamotear a questão, foi nos últimos 16 anos que as coisas se agravaram.

Não tivemos motins e por isso não houve direito ás tão ansiadas cargas policiais para que a esquerda pudesse falar da disparidade do uso da força e fazerem o papel de coitadinhos e oprimidos pela força dos bastões do Corpo de Intervenção.

É que nem com os pontapés nas barreiras em Belém deu para levarem umas "bastonadazitas" para a fotografia...que grande decepção!!



segunda-feira, 18 de junho de 2012

Sensacionalismo a mais para o meu gosto!!

Hoje a noticia do dia, aparte da selecção de futebol e do Euro 2012, foi o projecto de encerramento de alguns tribunais, em especial no interior norte do país.

Desde já alerto que considero que todos os cidadãos devem ter direito à justiça e não vou condenar os que defendem a manutenção dos mesmos nem os que defendem o seu encerramento.

O que condeno é a cobertura sensacionalista por parte da comunicação social ao facto. Um dos canais chegou mesmo ao ponto de contabilizar o número exacto de pessoas que irão ficar "sem Juiz" - 97 000 ao que parece.

É de facto noticia 97 mil cidadãos ficarem sem Juiz. O problema é que não vão ficar sem Tribunal. Este apenas se vai mudar para outra localidade, centralizando comarcas e, espera-se, reduzir custos (não sei se alguém se recorda, mas estamos falidos...).

O que faltou na notícia foi perguntar aos entrevistados - àqueles já com o discurso preparado para as perguntas dos jornalistas, do tipo cassete que se revolta contra qualquer decisão dos Governos que afecte o seu quintal -, quantas vezes na vida se deslocaram ao tribunal que agora não querem ver encerrado.
E as vezes que foram assistir a algum julgamento mediático só porque não tinham que fazer nesse dia não conta!!!
E perguntar aos mesmos quantas vezes por dia se metem no carro para ir ao Centro Comercial lá da zona - que por acaso fica na mesma localidade para onde vai passar o tribunal extinto...ou ao café...ou comprar o jornal...ou...

E já agora perguntar ao Ministério da tutela, quantos processos importantes - estou a excluir os das contas por pagar e afins porque para mim esses nem deviam ocupar Juízes - foram efectivamente julgados nesses mesmos tribunais.
E já agora perguntar quanto custa manter esses tribunais abertos e daí fazer uma análise custo/beneficio e então tirar as conclusões correctas.

Pegar num número e fazer uma caixa de meio ecrã é sensacionalismo e não me parece correcto.
Tirar o acesso à justiça a todos também não.

Já melhorar as condições dos profissionais da justiça e torná-la eficiente sim, é uma prioridade.

Se é preciso extinguir tribunais para que isso aconteça, então que se faça.





domingo, 6 de maio de 2012

Vive la France!!

Com a vitória do Sr. Hollande nas eleições francesas, o mundo irá agora viver um novo ciclo de crescimento nunca visto até aos dias de hoje.

Com o assumir de politicas semelhantes ás que trouxeram Portugal ao ponto onde nos encontramos, mas sempre defendendo o "Estado Social" e as "pessoas" (onde é que já ouvi isto??)mesmo que não haja dinheiro para isso, o Sr. Hollande vai colocar a Sr. Merkel no seu lugar e os mercados a falarem sozinhos!!!

A Europa vai finalmente sair do lamaçal em que as politicas neo-liberais - ainda não percebi o que isto quer dizer, mas fica sempre bem colocar o termo num texto que fala de socialistas - e os mercados nos lançaram, com o investimento que o Sr. Hollande vai fazer na economia francesa.
Não tem dinheiro, mas não faz mal, de certeza contará com o apoio frenético do PS português que irá agora também entrar num novo ciclo de propaganda eleitoral, bramindo que será possível atingir o nirvana gastando o que não se tem.

Espero que alguém lembre o Sr. Seguro que levamos uns 6 anos de avanço em relação ao Sr. Hollande e que a solução que agora vai ser colocada em prática em França, por muito que não agrade aos militantes do PS português, levou Portugal à pré-falência.

Ou muito me engano, ou teremos amanhã os mercados a reagirem aos resultados eleitorais, colocando o Sr. Hollande - e em consequência o Sr. Seguro - nos seus devidos lugares.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Fui só eu?

Terei sido só eu a achar que afinal o que José Sócrates está a fazer em Paris não tem nada a ver com os estudos, mas sim ser director de campanha de François Hollande?
É que hoje vi um excerto do último debate e os trejeitos de Sócrates estão lá todos. O tipo de discurso, a maneira de apresentar argumentos, o tiques de coitadinho presente no "está a chamar-me mentiroso?" e até nas políticas defendidas (lembram-se do "investimento do Estado" na economia??).

sábado, 24 de março de 2012

Os mercados, esses papões.

A Economia de Mercado é como uma construção de areia numa praia imaginária. Sem supervisão adulta, de vez em quando, aparecem meia dúzia de criançolas sem pais à vista, que brincam, gozam e destroem parte da construção para seu proveito e gáudio. Para fazê-la crescer novamente é forçoso voltar à forma original e destruir quase tudo. Decrescer para crescer, que paradoxo. Reajustar, dizem outros. Se assim não acontecer, se adiarmos, e não conseguirmos sozinhos reconstruir os castelos, formas e túneis naquela praia, aparecerá uma mão visível como uma troika constituída pela chuva, maré e ventos, que se encarregará de fazer a primeira parte: destruir para nós reconstruirmos. O Capitalismo de Estado prefere fazer uma muralha onde ninguém brinca, nem a Troika nem o Indivíduo. Só brinca quem faz a muralha. A "mão visível" deu então a mão ao Estado (irresponsável)que não supervisionou as crianças, através dos burocratas que tentam ser exactos numa ciência que não o é. Pois a Economia é uma Ciência Humana. Continuaremos pois, a dizer que a culpa é dos mercados, quando a culpa é da não-supervisão dos mercados. Isto é, a culpa é nossa, porque nos metemos a jeito. Estávamos a ler o jornal e as crianças todas a brincar na areia.

sábado, 21 de janeiro de 2012

O Jubilado de Cavaco

Os assessores de Cavaco Silva já lhe deviam ter dito que um Político não pode nem deve falar do seu dinheiro. Nunca. Um Político só pode falar do dinheiro dos outros. Cavaco cai nestas armadilhas com a maior das facilidades, porque não há ninguém que lhe diga que a resposta só pode ser uma: "A minha declaração de rendimentos é pública, o sr. jornalista devia saber disso." É básico.